Uma mulher, identificada como Iraneyde Pereira dos Santos, foi morta com um golpe de faca no pescoço. O crime aconteceu no fim da manhã desta segunda-feira (28), dentro da casa da vítima, na rua 15 de Novembro, no bairro Cidade Nova, na região do Itaqui-Bacanga, em São Luís.
Segundo parentes da vítima, o autor do crime é o ex-marido dela, que estava sob efeito de drogas no momento do feminicídio. O homem fugiu após o crime e é procurado pela polícia.
O corpo de Iraneyde foi encontrado no quintal de casa, pelo próprio filho dela, de 14 anos de idade. Além do adolescente, a vítima deixa mais um filho de 8 anos.
Com a morte de Iraneyde Pereira dos Santos chega a 55 o número de feminicídio no Maranhão em 2024.
Recorde de feminicídios em 2024
De janeiro até o dia 28 de outubro de 2024, o Maranhão já registra 56 casos de feminicídios, entre eles, 10 foram praticados na Grande Ilha de São Luís.
O número de feminicídios este ano já é superior aos casos registrados em todo o ano de 2023, que teve 50 mortes.
Os dados, divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), são preocupantes, pois, em menos de dez meses o estado já alcançou o número de feminicídios praticados em todo o ano passado, quando as mulheres perderam a vida de forma violenta.
Entre os autores dos crimes estão namorados, maridos, companheiros e ex-companheiros das vítimas. A motivação, na maior parte das vezes, é ciúme e inconformismo com a separação.
No dia 22 de outubro, uma jovem identificada como Natiany Pereira Mendonça, de 23 anos, foi assassinada com três facadas dentro de sua própria residência, na zona rural de Pedro do Rosário, no Maranhão.
Segundo a Polícia Civil, o principal suspeito de cometer o feminicídio é o ex-companheiro da vítima, identificado como Sandro Franco, de 34 anos, que não aceitava o fim do relacionamento.
Após o crime, Sandro fugiu levando o filho do casal, de apenas 9 anos de idade. O suspeito foi preso no dia seguinte, 23 de outubro, e está à disposição da Justiça.
No dia 22 de setembro, a adolescente Lucimara Silva dos Santos, de 15 anos, foi morta a facadas, na Vila Varig, no município de Bom Jardim, a 275 km de São Luís.
O corpo da adolescente só foi encontrado na manhã do dia seguinte em um terreno baldio e, segundo moradores da região, a vítima teve o pescoço cortado e estava com várias marcas de facada pelo corpo.
Inicialmente, a polícia tratava o caso como homicídio, mas com o decorrer das investigações, o crime passou a ser considerado um feminicídio. Um homem, de 20 anos, foi preso no dia 2 de outubro, suspeito de matar a adolescente.
A polícia chegou até o suspeito, pois, no local do crime foi encontrada uma camisa suja de sangue que, segundo populares, pertencia ao homem preso. Além disso, testemunhas também afirmaram ter visto o suspeito no mesmo bar onde a vítima esteve na noite do crime.
No dia 30 de setembro, uma idosa, identificada como Sônia Regina Coelho Rodrigues, de 61 anos, foi assassinada com uma facada, em Vitória do Mearim, a cerca de 176 km de São Luís. O companheiro da vítima é o principal suspeito do feminicídio.
Segundo informações de vizinhos à polícia, o casal bebia no quintal de casa, quando começou uma discussão. A vítima recebeu um golpe de faca no peito e não resistiu. O homem, de 66 anos, tentou fugir, mas foi preso em flagrante.
Ele foi conduzido para a Unidade Prisional de Viana.
Já no dia 17 de setembro, uma mulher, identificada como Dayane Leão dos Santos Sousa, de 35 anos, foi assassinada a golpes na cidade de Paulo Ramos, a 317 km de São Luís. O ex-companheiro, dentificado como José Gomes de Menezes Neto, de 36 anos, é o suspeito de assassinar a vítima.
José Gomes foi preso em flagrante na cidade de Vitorino Freire após a morte de Dayanne. Ele teria fugido para uma casa onde mora na cidade, onde foi encontrado lesionado na região do abdômen, em uma tentativa de suicídio.
O homem foi conduzido para o Hospital Regional Laura Vasconcelos, em Bacabal, onde se encontra internado e sob custódia da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
No dia 13 de setembro, Maria Isabel Costa e Silva, de 51 anos, morreu após ter o corpo incendiado. O caso aconteceu no dia 10 de setembro, na cidade de Caxias, a 365 km de São Luís. De acordo com a polícia, o marido de Maria Isabel, que foi preso em flagrante, é o principal suspeito de executar o crime.
Maria Isabel teve mais de 80% do corpo comprometido em decorrência das chamas. Ela foi encontrada dentro de casa pelos vizinhos, que pediram ajuda e a levaram para um hospital na cidade para receber atendimentos de urgência.
No dia 12 de setembro, uma mulher, identificada como Francisca Helena Maria da Silva Xavier, de 57 anos, foi morta a facadas na cidade de Imperatriz. A suspeita é que Francisca tenha sido vítima de feminicídio, executado pelo marido, Raimundo Nonato das Chagas Xavier, de 60 anos.
A vítima foi morta com golpes de faca na região do pescoço, após sair para um bar com um grupo de pessoas, no bairro Parque Santa Lúcia. De acordo com os filhos da vítima, Raimundo não aceitava que Francisca ingerisse bebida alcoólica e estaria insatisfeito por ela ter voltado a beber e estar no bar.
Segundo informações da polícia, o suspeito chegou no estabelecimento onde a vítima estava e executou o crime no local. Depois disso, Raimundo teria tentado tirar a própria vida.